Post escrito por Rubens Monteiro Jr., estudante de Engenharia Aeroespacial, “Padrinho Digital” da Caixa na área de simulação, autor convidado do Oito Passos para a cobertura do Campus Party.
Farei um post diferente hoje.
Mostrarei um pouco mais sobre a simulação…
A simulação é apenas a parte de simulação de voo?
Não. Não.E Não.
Explico:
No meio acadêmico a simulação pode ser entendida, de maneira bastante breve, sintética e resumida, como uma ferramenta utilizada para obter resultados, soluções ou mesmo informações sobre determinada problemática sem, contudo, necessitar realizar o projeto final para isso.
Por exemplo:
- É possível simular, em computador, o campo de velocidade do escoamento dentro de um coração artificial e obter informações sobre possíveis cavitações ou não;
- Simular, como deveras é feito pelo INPE, a previsão atmosférica do Brasil;
- O escoamento no entorno de uma asa, sem contudo, necessitar montar a asa e testá-la em ensaios de túnel de vento;
- A efetividade de uma nova bomba, sem contudo, precisar destruir a região de teste;
- Projetar as longarinas da asa de um avião, com relação à tensões normais, flexão, esforços reativos internos, sem precisar usinar um parafuso sequer.
Enfim, a simulação é, em geral, parte essencial da solução de um problema, fornecendo poder de decisão, no seguinte sentido: Permite realizar uma análise de “e se”, antes de mobilizar e alocar recursos na execução da solução.
Mas o que seria uma análise “e se”:
Durante o desenvolvimento de um projeto, dificilmente são conhecidas todas as variáveis necessárias. O que significa que, VIA DE REGRA, muitos dimensionamentos são estimados. Mais, especificamente, superdimensionados para evitar surpresas desagradáveis. A análise “e se” trata exatamente sobre isso:
“E se” o avião passasse por uma tempestade e fosse submetido a fortes turbulências?
“E se” o pino externo de fixação do trem de pouso apresentasse redução no seu limite de resistência á fratura, devido à uma falha no processo de fabricação
Tudo isso pode ser simulado, sem gastos, sem custos, sem ônus material, de tempo.
E o que isso representa?
Produtos mais baratos, seguros, acessíveis e melhores, claro!
E em casos limites, a simulação representa a ÚNICA via de análise:
Em nanotecnologia, as distâncias ótimas de interações interatômicas são calculadas e encontradas, apenas por simulação.
Em Eng. Aeroespacial, os escoamentos hipersônicos de corpos de reentrada são estudados, também, em sua grande maioria, apenas com simulação.
Simulação e modelagem é um dos campos mais prolíficos da atualidade.
Mas, claro, não se iluda…
Quanto mais complicado o problema, mais caro, computacionalmente, é simular a solução ou alternativa.
E uma forma fácil de notar a escalada da simulação é notar o aumento no número de supercomputadores ao redor do mundo.
Bacana simulação não?!